Lobitos Mistica
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- Categoria: Lobitos
- Publicado em 10-01-2013
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Mística dos lobitos: «O louvor ao Criador».
A ligação dos lobitos ao mundo espiritual faz-se essencialmente de duas formas:
* Através da descoberta de Deus na vida concreta do dia-a-dia, ou seja, nos seres, nos objetos, nos acontecimentos, na Natureza, na beleza do que o Homem constrói e, acima de tudo, no próprio Homem;
* Através do conhecimento da figura de Jesus, nomeadamente da Sua infância e da Sua relação de amor com os mais pequeninos.
Assim sendo, ao ver a beleza da Natureza (mares, rios, montanhas, vales, plantas, animais, etc.) e, sobretudo, a beleza do próprio ser humano, o lobito começa a descobrir Deus como Pai, que ama muito todos os seus filhos e quer que todos sejam felizes. Para que isso aconteça, enviou ao mundo o seu próprio Filho: Jesus, que começou por ser o «Menino Jesus». A Ele o lobito reza a sua oração e começa a oferecer o coração, pedindo para que o encha de virtudes e ensine a imitá-Lo.
Quando o lobito descobre as maravilhas da Natureza e vive alegre, contente, obediente, amigo de todos e disposto a imitar em tudo o Menino Jesus, percebendo que Este o ama, aprende a louvar o Criador.
São Francisco de Assis (Patrono dos Lobitos)
Neste processo, assume papel preponderante a figura do patrono da primeira secção, São Francisco de Assis, mostrando ao lobito que tudo é dom de Deus:
* Toda a Criação fala de Deus e as mais pequenas coisas podem ser caminho para Ele;
* As nossas atitudes podem revelar a presença de Deus: «é dando que se recebe» e é «morrendo que se ressuscita para a vida eterna».
Para que os lobitos aprendam com São Francisco de Assis a louvar o Criador é preciso que:
* Sejam capazes de ver em Deus Pai a origem de tudo o que existe;
* Sejam capazes de se deixar encantar pela beleza da obra Criada (Natureza e Homem);
* Vejam no «Menino Jesus» o maior dom de Deus à Humanidade e aprendam a viver como Ele e para Ele.
Santa Clara de Assis, Beatos Francisco e Jacinta (Modelos de vida)
Como modelos de vida, os lobitos podem ainda seguir o exemplo de Santa Clara de Assis, que seguiu as pisadas de São Francisco na humildade e devoção a Deus, e dos Beatos Francisco e Jacinta, meninos que assumiram plenamente a total confiança e amor a Deus.
(desenhos do Patrono e dos Modelos de Vida realizados por lobitos da Região de Leiria)
A animação da vivência cristã faz parte de toda a vida da Alcateia, permitindo ao lobito compreender que o verdadeiro sentido do catolicismo é o de ser vivido no dia-a-dia, na Alcateia, na escola e, em casa.
Símbolos da Alcateia
Cabeça de Lobo
É o símbolo máximo do grupo e de cada lobito encimando o Mastro Totem da Alcateia.
Lenço
A cor amarela do lenço funciona como um símbolo na Alcateia: para além da alegria, a cor do sol dourado relembra Jesus, amigo de todos os lobitos, que ilumina o caminho de cada um e ajuda a crescer. O amarelo, assim, relembra ao lobito que deve ser alegre e procurar imitar o exemplo de Jesus em cada momento da sua vida.
Imaginário da I Secção
O imaginário da Primeira Secção gira todo à volta da história de Máugli, nos dois volumes de “O Livro da Selva”, de Rudyard Kipling ('O Livro da Selva' e 'O Segundo Livro da Selva').
O tema da selva não é importante por si próprio, o que nele conta é o significado que lhe dão os lobitos. É um imaginário em que se cria uma atmosfera na qual os objectivos do lobitismo são mais facilmente transmitidos:
* Ao conhecer a história de Máugli, o 'Menino-Lobo', o 'Cachorro de Homem', a 'Rãzinha', o lobito sente-se também um Máugli, ora corajoso ora frágil, sábio ou ignorante.
* Através das atitudes reveladas pelo Menino-Lobo, começa a tomar resoluções, desenvolver valores, ultrapassar etapas e aprender a ajudar os outros.
* Vivenciando a história, o lobito confronta-se com o Bem e o Mal e compreende mais facilmente as situações construtivas e não construtivas com que nos defrontamos continuamente na vida e por quais devemos optar.
Personagens do imaginário
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.Máugli - o'Menino-Lobo', o 'Cachorro de Homem', a 'Rãzinha', acolhido por Racxa e aceite pelos lobos da Alcateia de Seiouni. Nesta sociedade, o pequeno Máugliaprende a ser livre por meio da solidariedade para com a Alcateia e através do respeito à lei. |
Àquêlá - o velho lobo sabido, chefe da Alcateia, que vela para que os lobos observem a Lei da Selva. Simboliza a liderança serena e equilibrada, que não se atemoriza perante ameaças ou dúvidas. |
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Balu, o urso que ensina as Leis da Selva e as vozes dos animais. Simboliza o conhecimento, a ponderação, a tranquilidade e a benevolência que normalmente os sábios possuem. |
Bàguirà, a pantera esperta e ágil, é a caçadora que ensina Máugli a reconhecer os melhores caminhos para a caça. Simboliza todos aqueles que, pela sua experiência de vida (muitas vezes dolorosa) nos ensinam a reflectir sobre os caminhos a seguir |
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Racxa - mãe loba que amamentou Maugli e o ajudou a sobreviver na Alcateia e na selva. Representa todos aqueles que são capazes de amar incondicionalmente os outros, sem preocupações sobre raças. |
Hati, o elefante, é o guardião das memórias e dos valores. Simboliza, todos os que se preocupam em conservar as histórias passadas para retirar delas ensinamentos para o futuro, ajudando o grupo a reger-se por valores. |
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Cá, o pitão, de carácter inicialmente dúbio e esquivo, mas que se torna leal amigo de Máugli e com ele ajuda a proteger a Jangal. Representa todos aqueles que, apesar de aparentarem não ser de confiança, acabam por se revelar leais e amigos. |
Tchil - o milhafre de grandes asas e voo vertiginoso, provido de olhos telescópicos. Pode dizer-se que é o sentinela da selva., |
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Mangue - o morcego que espalha as notícias pela Selva |
Rama - o chefe da grande manada de búfalos com que Maugli matou Xercane. |
Estes são algumas das personagens que servem de exemplo aos lobitos por respeitarem as Leis da Selva, em contraponto surgem os Bândarlougues –, o Povo sem Lei: sem ordem, sem solidariedade, sem metas claras para alcançar e sem constância para chegar a elas.
Outros animais gravitam em torno destas duas sociedades, representando também o Bem e o Mal:
* Xer Cane, o tigre, simboliza a maldade pura: ele representa aqueles seres que se regem pela crueldade, cobiça, vaidade e frieza.
* Tábàqui, o chacal lisonjeiro e cobarde, que acompanha Xer-Cane e que ganha a vida a inventar histórias sobre os outros: simboliza a hipocrisia e a tendência para o mexerico.
(adaptado do Manual do Dirigente do CNE, as imagens do Livro da Selva foram retiradas do Caderno de Caça dos Lobitos, edição CNE)